Programas de fidelidade: tudo o que você precisa saber para aproveitar melhor

Cuidar das finanças é mais do que controlar gastos, é também aprender a usar ferramentas que podem transformar o consumo em vantagens reais. Entre essas ferramentas estão os programas de fidelidade, que permitem acumular pontos, milhas ou cashback sempre que você realiza compras ou utiliza determinados serviços.

Embora pareçam complexos à primeira vista, esses programas funcionam de maneira simples: quanto mais você consome, mais benefícios acumula. Com planejamento, é possível transformar gastos do dia a dia em passagens aéreas, descontos em produtos, serviços exclusivos ou até dinheiro de volta no bolso.

O que são programas de fidelidade e como funcionam

Um programa de fidelidade é uma estratégia criada por empresas para estimular a lealdade dos clientes. Em vez de apenas consumir e pagar, o cliente recebe uma espécie de recompensa por sua relação com a marca.

Isso acontece porque, ao comprar em uma loja, usar um cartão de crédito ou viajar por uma companhia aérea, ele acumula pontos, milhas ou percentuais de cashback. Esses benefícios podem ser trocados depois por produtos, serviços, viagens ou descontos, de acordo com as regras de cada programa.

O modelo mais comum no Brasil é o de pontos, em que cada real gasto se converte em determinada quantidade de pontos. No caso das companhias aéreas, esses pontos recebem o nome de milhas. Já o cashback funciona de forma diferente, devolvendo parte do valor gasto diretamente na conta ou em forma de crédito para novas compras.

A diferença entre pontos, milhas e cashback está na forma de resgate e no prazo para aproveitar os benefícios. Os pontos geralmente são mais versáteis, pois podem ser transferidos para companhias aéreas, convertidos em produtos ou serviços.

As milhas, por sua vez, são especialmente vantajosas para quem viaja com frequência, já que reduzem bastante o custo das passagens. O cashback é a forma mais imediata de retorno, funcionando como uma economia direta no orçamento.

💳 Veja também: Pontos com cartões de crédito: transforme seus gastos em recompensas reais

Tipos de programas: bancários, aéreos e de varejo

No Brasil, os programas de fidelidade se dividem em três grandes grupos: os ligados a bancos e cartões de crédito, os voltados ao setor aéreo e os criados por empresas de varejo. Os programas bancários são os mais conhecidos, pois estão diretamente ligados ao uso de cartões de crédito. Livelo, Esfera e Átomos são bons exemplos.

A Livelo, que nasceu de uma parceria entre Banco do Brasil e Bradesco, é uma das plataformas mais flexíveis, já que permite acumular pontos e transferi-los para diversas companhias aéreas ou utilizá-los em um catálogo variado de produtos.

A Esfera, vinculada ao Santander, oferece além de recompensas a possibilidade de obter descontos em compras em grandes redes parceiras. Já o Átomos, do C6 Bank, se diferencia por não cobrar anuidade e acumular pontos automaticamente em qualquer compra no cartão.

Os programas de companhias aéreas são direcionados a viajantes. O Smiles, da Gol, é bastante popular e não se limita a passagens, permitindo também resgates em hotéis, aluguel de carros e produtos variados.

O Voe Azul, da companhia Azul, aposta em promoções frequentes que facilitam o resgate de passagens nacionais e internacionais. Já o LATAM Pass se destaca pela abrangência na América Latina e por contar com uma ampla rede de parceiros internacionais, o que aumenta as possibilidades de uso.

Por fim, os programas de varejo são pensados para o dia a dia do consumidor. O Dotz, por exemplo, transforma compras em pontos que podem ser usados em lojas parceiras. O Premmia, da Petrobras, direciona os benefícios para combustíveis e serviços automotivos, o que faz sentido para quem abastece com frequência.

Já o Méliuz funciona de maneira distinta, devolvendo dinheiro em forma de cashback sempre que o usuário faz compras online em lojas parceiras ou até mesmo em estabelecimentos físicos.

Como acumular pontos e benefícios no dia a dia

O segredo para aproveitar programas de fidelidade é acumular pontos de forma consistente sem precisar gastar além do necessário. A principal maneira de fazer isso é usar o cartão de crédito em praticamente todas as compras, desde o supermercado até contas recorrentes, como energia elétrica e internet.

Outra estratégia está em aproveitar as promoções que muitos programas oferecem. Transferir pontos de bancos para companhias aéreas em momentos de bonificação pode dobrar ou até triplicar a quantidade final de milhas.

Da mesma forma, algumas plataformas têm parcerias com grandes varejistas que dão pontos extras em compras específicas. O consumidor atento consegue transformar uma compra comum em uma grande oportunidade de ganho.

Um exemplo prático ajuda a visualizar. Imagine uma compra de R$ 1.000 em um cartão que oferece 2 pontos por dólar. Considerando o dólar a R$ 5, essa compra gera cerca de 400 pontos. Se o banco realizar uma promoção de 100% de bônus em transferências para companhias aéreas, os mesmos pontos podem render 800 milhas, suficientes para resgatar parte de uma passagem doméstica.

Outro cenário interessante é quando o consumidor participa de clube de pontos. Nesse caso, paga uma mensalidade para receber um volume fixo de pontos todo mês, além de ter acesso a promoções exclusivas. Embora represente um custo adicional, esse modelo pode ser vantajoso para quem realmente aproveita transferências bonificadas e resgates frequentes.

Como resgatar recompensas e aproveitar os benefícios

O momento do resgate é tão importante quanto o acúmulo. Dependendo da escolha, os pontos podem render muito ou pouco. Passagens aéreas, em geral, oferecem o melhor valor, especialmente quando emitidas durante promoções. Uma viagem que custaria R$ 1.000 pode ser trocada por pouco mais de 10.000 milhas em períodos promocionais, o que representa uma economia significativa.

Além das viagens, também é possível resgatar produtos de catálogos, serviços variados como aluguel de carros e hospedagens ou até descontos diretos em compras. No caso do cashback, o benefício é ainda mais simples, já que parte do valor gasto retorna diretamente para a conta, funcionando como economia imediata.

O ponto central é sempre avaliar se o resgate compensa. Trocar pontos por um eletrodoméstico que custa mais barato em uma loja comum pode não ser uma boa escolha, enquanto utilizá-los em passagens internacionais quase sempre gera um excelente retorno.

É nesse momento que muitos consumidores percebem a importância de acompanhar promoções especiais de companhias aéreas ou parcerias estratégicas entre bancos e programas.

Dicas para escolher o programa de fidelidade ideal

Escolher o programa certo depende diretamente do perfil de consumo. Quem viaja bastante deve priorizar programas de companhias aéreas ou cartões que permitam boas transferências de pontos. Já quem concentra gastos no cartão de crédito pode se beneficiar de programas bancários robustos, como Livelo e Esfera.

Para quem busca retorno rápido, o cashback oferecido por empresas como Méliuz é uma solução prática. E consumidores que desejam flexibilidade encontram em programas como a Livelo a possibilidade de decidir depois para onde direcionar seus pontos.

Também vale refletir sobre as vantagens e desvantagens antes de decidir. Entre as vantagens estão a chance de viajar pagando menos, a possibilidade de resgatar produtos e serviços sem custo adicional e o acesso a promoções exclusivas que multiplicam pontos.

Entre as desvantagens, destacam-se a validade dos pontos, que podem expirar sem uso, as taxas de emissão em alguns programas e a necessidade de organização para acompanhar prazos e campanhas.

Por fim, é fundamental ter atenção a alguns cuidados essenciais. Sempre verifique a data de expiração dos pontos, compare o valor real das recompensas antes de resgatar e evite acumular sem planejamento.

Pontos parados podem perder valor ao longo do tempo, especialmente quando empresas ajustam suas tabelas de resgate. O ideal é ter uma estratégia clara: acumular, transferir em períodos de bônus e resgatar quando a oportunidade valer a pena.