No México, resultados das empresas de consumo pioram. Motivo: a chuva

No México, resultados das empresas de consumo pioram. Motivo: a chuva.
Em meio aos recordes alcançados pelas ações mexicanas nos últimos seis meses, uma surpresa chocante apareceu nos resultados das empresas de consumo mais tradicionais do país: as engarrafadoras de refrigerantes. Apesar de serem uma aposta segura em um país onde a média de consumo de refrigerante por pessoa é impressionante - 166 litros ao ano -, essas empresas estão sentindo o impacto do clima mais forte do que nunca.
A chuva incessante prejudica as engarrafadoras de refrigerantes
As engarrafadoras de refrigerantes Arca Continental e Coca-Cola Femsa, a maior do mundo, são as mais prejudicadas. A Arca Continental reportou uma queda de mais de 2% no volume de vendas no país, após uma queda de 5% no trimestre anterior. A Coca-Cola Femsa, por sua vez, viu os volumes diminuírem 10% no segundo trimestre em relação ao ano anterior.
A culpa por essas quedas incômodas é atribuída às chuvas constantes que persistem no México desde o início do ano. O clima está se tornando um dos principais fatores de estresse para as empresas do setor de consumption. "O fator mais impactante tem sido o clima", explica o analista Felipe Ucros. "As chuvas e as temperaturas mais baixas deste ano estão afetando a demanda por nossos produtos". A CEO da Arca Continental, Arturo Gutiérrez Hernández, também mencionou os ventos contrários enfrentados pela empresa.
Fatores adicionais contribuem para a recessão do setor
Além da chuva incessante, outros fatores também estão afetando a recessão do setor de consumo no México. As condições climáticas atípicas são consideradas negativas nos últimos relatórios trimestrais da Femsa e do Walmart, uma das maiores lojas do país. Em junho, o México registrou o mês mais chuvoso em três anos, e desde então, a capital tem enfrentado precipitações tão fortes que foram prejudiciais tanto para a população quanto para a economia.
A situação se agravou em setembro com fortes chuvas no centro e no sudeste do país que provocaram inundações e deslizamentos de terra, deixando mais de 70 mortos e dezenas de desaparecidos. Nessa crise, a implacável temporada de chuvas será somada a problemas anteriores que afetam os lucros corporativos.
Nesse cenário adverso, o setor de consumo do México já foi afetado por outros fatores, como a inflação persistente, a elevação do salário mínimo, e um mundo global mais volátil, com uma guerra comercial global que ameaça as perspectivas para a economia global. Recentemente, os analistas do Bank of America apontaram "resultados fracos em geral" para os varejistas do país.

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