Empresas aceleram recompra de ações. Entenda como isso realmente afeta a sua carteira

Empresas aceleram recompra de ações. Entenda como isso realmente afeta a sua carteira.
No calor de setembro, o mercado de ações recebeu uma dose de animação graças a programas de recompras de ações. Foi durante essa época que nove companhias abriram novos programas, e no mês de outubro, as empresas recém-adquiriram um montante de R$ 3,1 bilhões em ações. No total, ao longo do ano, as companhias já recompraram R$ 16,6 bilhões, um número que chega a R$ 29,4 bilhões em programas atuais de recompra. Essa tendência tem sido observada em diversos setores, incluindo MBRF Global Foods (fruto da fusão entre Marfrig e BRF), Santander, Méliuz e Hapvida, dentre outras empresas.
Por que as empresas fazem isso?
Quando uma empresa decide comprar uma parte de suas próprias ações, ela está mexendo no conceito de "free float", que é a parcela das suas ações em circulação no mercado. O objetivo é enviar um sinal claro: a empresa acha que o preço das ações está baixo e há potencial de valorização. Isso geralmente acontece quando a empresa está otimista sobre o seu futuro e acredita que o valor das ações subirá.
Mas o que isso significa para a sua carteira de investimentos?
Por padrão, os programas de recompra são considerados um sinal positivo, pois reduzem a quantidade de ações em circulação, aumentando o valor de cada uma das ações restantes. Imagine uma empresa com 1 bilhão de ações, que passa a ter 500 milhões de ações após recomprar metade das suas ações. Se cada ação recebesse R$ 1 em dividendos, após a recompra, cada uma das ações restantes pagaria R$ 2. É isso que está acontecendo nessa lógica.
A recompra também gera efeitos diretos na base acionária, pois pode mudar a representatividade das ações dentro da estrutura societária da empresa. Mas é importante lembrar que as ações recompradas não necessariamente são canceladas. Podem ser guardadas na carteira da empresa, o que cria uma reserva de ações que podem ser usadas em outros momentos.
Além disso, a entrada de uma força compradora grande, como a própria empresa, pode tornar a ação mais volátil, já que o valor das ações tende a aumentar em resposta. Esse efeito pode durar apenas um período de tempo definido, mas pode criar a ilusão de que há um potencial de alta maior do que o real.
O que fazer agora?
Se você é um investidor que tem ações dessas empresas em sua carteira, não precisa entrar pânico. É importante analisar a situação da empresa e a justificativa da recompra. Se a empresa está em uma posição financeira sólida, a redução da quantidade de ações em circulação pode ser um sinal encorajador. No entanto, é fundamental ter em mente que a recompra não é um garantia de ganho a longo prazo. Além disso, é crucial manter uma carteira diversificada e avaliar constantemente os riscos e oportunidades do mercado.

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