Como o setor elétrico brasileiro se tornou o destino preferido dos investimentos chineses

O Brasil, destino favorito dos investimentos chineses: o setor elétrico à frente
No Brasil, o setor elétrico se tornou o destino mais atraente para os investimentos chineses. Em 2024, o país recebeu um total de US$ 4,18 bilhões em investimentos chineses, com o setor elétrico liderando a corrida com US$ 1,43 bilhão, um aumento de 115% em relação ao ano anterior. Este aumento impressionante reflete uma tendência de reorientação do capital chinês para setores estratégicos da transição energética.
O investimento desse valor sem precedentes se deve às grandes companhias chinesas
O investimento desse valor sem precedentes no setor elétrico brasileiro é protagonizado por grandes companhias chinesas, muitas delas controladas pelo estado chinês. A gigantescas empresas chinesas têm um potencial de investimento impressionante, com algumas delas investindo cerca de US$ 100 bilhões por ano. Para se ter uma ideia, a State Grid, por exemplo, investe cerca de US$ 100 bilhões por ano, o equivalente a comprar cinco Eletrobras de uma vez.
A presença chinesa no sistema elétrico brasileiro começou há pouco mais de uma década. Em 2010, a State Grid desembarcou no Brasil e desde então ampliou rapidamente sua atuação. Em 2017, a empresa comprou o controle da CPFL Energia, uma das maiores distribuidoras do país. Hoje, a CPFL detém cerca de 15% do mercado nacional de distribuição, além de operar em geração e transmissão.
China Three Gorges e a CPFL: as principais empresas chinesas no mercado elétrico brasileiro
A China Three Gorges (CTG) e a CPFL são as duas principais empresas chinesas no mercado elétrico brasileiro. A CTG entrou por meio da compra de ativos da Duke Energy e da Cemig, acumulando 8,3 gigawatts de capacidade instalada, 3,5% do total brasileiro. A CPFL, por sua vez, tem cerca de 15% do mercado nacional de distribuição, além de operar em geração e transmissão.
A SPIC e a transição energética: solares e eólicas no Brasil
Além das duas gigantes estatais, a SPIC (State Power Investment Corporation), maior geradora solar do mundo, com 246 gigawatts de capacidade global, mais do que todo o parque elétrico brasileiro. A SPIC detém 2 a 3% do mercado no país, com foco crescente em eólicas e solares.
A presença chinesa no setor elétrico brasileiro não é limitada a geração, transmissão e distribuição. Empresas chinesas também estão se estabelecendo no país fabricando equipamentos que fazem parte da transição energética. A BYD, por exemplo, desde 2017 produz painéis solares em Campinas. Isso demonstra a compromisso da China em investir no setor elétrico brasileiro e contribuir para o desenvolvimento da transição energética no país.

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