Com a recuperação da Argentina, peso mostra o limite da euforia de Milei

Com a recuperação da Argentina, peso mostra o limite da euforia de Milei.
A vitória eleitoral do presidente argentino Javier Milei desencadeou altas incríveis nos títulos argentinos e em seu mercado de ações, alcançando um aumento de mais de 20% nas negociações. A retomada dos investidores foi notável, demonstrando uma visão de esperança para a economia do país. No entanto, as expectativas em relação ao plano de Milei para reestruturar a economia argentina foram contidas quando se tratou do eixo central: o peso.
A dúvida persistente sobre a faixa de câmbio
À medida que as negociações se desenrolavam na segunda-feira (27), o peso argentino recuou gradualmente da alta do início da manhã e encerrou o pregão com uma alta de menos de 4%, aproximadamente no mesmo patamar de duas semanas atrás. Esse avanço contido reflete em parte as dúvidas persistentes de que o país sul-americano manterá a faixa de câmbio defendida com tanta agressividade na preparação para a votação legislativa no último fim de semana. Essa medida ajudou a conter a inflação galopante e a impedir a desvalorização do peso, mas teve um custo alto, forçando o governo a queimar suas reservas para sustentá-la e elevando as taxas de juros locais. Analistas especulam que o presidente libertário eventualmente precisará ampliar a faixa de negociação ou deixar a taxa de câmbio flutuar livremente, como acontece com a maioria das outras moedas importantes.
Uma janela mais apropriada, mas ainda incerta
"É difícil prever o que acontecerá com a política cambial no curto prazo", afirmou Robert Koenigsberger, fundador e diretor de investimentos da Gramercy Funds Management. "Pode-se dizer que eles ganharam mais tempo para ajustar a moeda ou que simplesmente tiveram uma janela melhor." As autoridades argentinas repetidamente afirmaram que não planejam implementar nenhuma mudança na política cambial atual. A recuperação promete dar tempo à Milei, mas interrompendo uma corrida à moeda que causou centenas de milhões de dólares por dia e levou a um resgate de US$ 20 bilhões pelo governo Trump.
O público argentino tem visto a taxa de câmbio como artificialmente alta. Muitos transferiram suas economias para dólares, prevendo que o presidente seria capaz de adiar qualquer mudança até depois das eleições. Mas como isso será feito? "Acredito que eles flutuarão em algum momento em breve, a partir de uma posição de força", disse David Austerweil, vice-gerente de portfólio de mercados emergentes da VanEck em Nova York. "Dado o quão bom foi o resultado da eleição e o quão dolarizados estão os poupadores locais, o peso pode não se desvalorizar logo após as restrições serem levantadas."
Uma mudança importante no jogo de cartas de Milei poderia ser a decisão de permitir que o peso argentino se desvalorizasse. Se isso for feito, ele poderá ganhar a confiança dos investidores estrangeiros. "É possível que o peso possa flutuar livremente, mas isso dependeria da postura do governo e da situação econômica da Argentina", disse Austerweil, acrescentando que a mudança poderia acontecer em breve.
A expectativa de mudanças
A Argentina precisa lidar com sua dívida. Para recuperar a confiança dos investidores e do público, o governo pode precisar tomar medidas duras, como deixar a taxa de câmbio flutuar livremente e permitir que o peso se ajuste ao mercado. Isso poderia gerar uma instabilidade a curto prazo, mas no longo prazo, poderia ajudar a estabilizar a economia e garantir a estabilidade do país.

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