Na crise da Ambipar, Bradesco repete tática jurídica usada contra a Americanas

Na crise da Ambipar, Bradesco repete tática jurídica usada contra a Americanas
O Bradesco, um dos maiores credores da Ambipar, está tomando medidas drásticas para recuperar os R$ 390 milhões em dívidas da empresa de gestão ambiental. O banco está tentando impedir que o diretor de integração e finanças, Thiago da Costa Silva, venda bens, alegando que ele e outros executivos podem ser responsabilizados pela situação financeira da companhia. A petição protocolada na Justiça de São Paulo também visa alcançar o patrimônio pessoal dos executivos, incluindo o fundador e CEO, Tércio Borlenghi Júnior.
Bradesco busca responsabilizar executivos da Ambipar
O processo apresentado pelo Bradesco alega que a gestão da Ambipar cometeu fraude ostensiva nas demonstrações financeiras da empresa e realizou manobras contábeis que criaram liquidez artificial. Além disso, o banco afirma que os principais executivos da Ambipar vinham dissipando recursos da empresa há algum tempo, antes do pedido de recuperação judicial. Isso abre caminho para uma ação que busca responsabilizar a gestão da Ambipar pessoalmente pelo que o Bradesco classifica como "fraude" e "dissipação de recursos".
Tática jurídica semelhante à usada na Americanas
O Bradesco não é o primeiro a usar essa tática jurídica. Em 2023, o banco tentou impedir que os principais acionistas da Americanas vendessem seus bens, sob o argumento de que poderiam ser responsabilizados por ressarcir os credores. A Americanas entrou em recuperação judicial após a revelação de uma fraude contábil de R$ 25 bilhões. Agora, o Bradesco alega que o caso da Ambipar pode ser enquadrado como fraude e está tentando alcançar o patrimônio pessoal dos executivos.
Fundador da Ambipar pode perder patrimônio pessoal
Pessoas próximas ao caso afirmam que o fundador e CEO da Ambipar, Tércio Borlenghi Júnior, tentava vender seu jato particular no mês passado. Borlenghi também já foi envolvido em uma disputa com o Bradesco, que vendeu parte das ações da Ambipar pertencentes ao executivo alegando que elas estavam dadas como garantia de empréstimo. A embargador classificou como ilegal.
Ambipar já havia estreou no mercado global de dívida
A Ambipar estreou no mercado global de dívida em janeiro de 2024, com a empresa pretendendo usar os recursos arrecadados para pagar parte das dívidas. No entanto, a situação financeira da empresa parece estar em descrédito. O Bradesco, que é um dos credores mais importantes da Ambipar, está tomando medidas drásticas para recuperar os R$ 390 milhões em dívidas.
Consequências possíveis para a Ambipar
A tentativa do Bradesco de alcançar o patrimônio pessoal dos executivos pode ter consequências graves para a Ambipar. Se a ação for julgada procedente, a empresa pode ter que ressarcir os credores e a gestão pode ter que responder pessoalmente pelas dívidas da companhia. A situação financeira da Ambipar parecia sólida no início do ano, mas agora parece que a empresa está enfrentando sérias dificuldades.

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